Diabetes: Conheça os tipos, sintomas, complicações e como é feito o diagnóstico.

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Quais tipos de diabetes existem?

Os tipos de diabetes mais comuns são: diabetes tipo 1 classicamente ocorrendo na infância devido a anticorpos que destroem as células produtoras de in su li na. O diabetes tipo 2 que é associado a obesidade, predisposição genética e resistência à in su li na. E temos também o diabetes gestacional, que é quando aparece durante a gestação em mulheres que não tinham diabetes e que nesse período, por causa dos hormônios da gravidez, não conseguem manter em equilíbrio o metabolismo da glicose.

Existem muitos outros tipos de diabetes, menos comum, como devido a cirurgia de retirada do pâncreas (órgão que produz insulina), por pancreatite crônica, associada a outras doenças da endocrinologia, ou a síndromes genéticas, secundário a medicações (como cor ti cói de), MODY, LADA, etc.

Por isso é fundamental procurar o médico especialista em diabetes [o endocrinologista], para saber qual tipo de diabetes você tem e orientar o melhor tratamento (que não é igual para todos).

E o diabetes emocional? Existe?

Não existe como forma de classificação o diabetes emocional! Sabemos que grandes emoções podem liberar alguns hormônios que fazem subir a glicemia (cortisol, adrenalina, GH), mas isso não se sustenta (do mesmo modo que aumenta, depois se reduz) a ponto de virar diabetes, que é uma doença crônica com necessidade de tratamento por toda vida.

Quais são os sintomas do diabetes?

Sintomas como fazer muito xixi, ter muita sede e perder peso (mesmo comendo muito) são característicos de HIPERGLICEMIA e estão presentes no DIABETES DESCOMPENSADO. Se você apresenta esse conjunto de sintomas procure um médico.

Os sintomas podem ser também devido às COMPLICAÇÕES DO DIABETES, como dificuldade para enxergar, dor no peito, dor e formigamento nos pés, perda de sensibilidade e feridas que não cicatrizam, etc. Nesses casos o tratamento é muito importante para evitar piora das complicações e/ou surgimento de novas.

E o mais importante de saber: o diabetes, na maior parte das vezes, não vai dar sintoma NENHUM! Por isso é tão importante exames de rastreio de diabetes, para iniciar o tratamento o mais breve possível.

A orientação da sociedade brasileira de diabetes é que todos acima de 45 anos façam exames (glicemia de jejum e/ou hemoglobina glicada). Quem tem obesidade e pressão alta, colesterol elevado, é sedentário, tem síndrome ovário policístico ou história familiar de diabetes, esses exames devem ser feitos antes dos 45 anos.

Como é feito o diagnóstico de diabetes?

Há 3 formas de fazer o diagnóstico:

  1. Quando há sintomas de hiperglicemia (muito xixi, muita sede e perda de peso) e uma glicemia casual maior que 200mg/dl
  2. Duas glicemias de jejum maior que 125mg/dl (de datas diferentes com jejum adequado de 8 horas) ou uma glicemia de jejum >125mg/dl e uma hemoglobina glicada maior que 6,4% na mesma amostra.
  3. Teste de tolerância oral à glicose (feito com 75g de glicose diluído em água) com glicemias em jejum e após 2 horas da ingestão da glicose. Resultados normais são glicemia de jejum menor que 100mg/dl e 2 horas após menor que 140mg/dl. Diagnóstico de diabetes é quando a glicemia de jejum está maior que 125mg/dl e 2 horas após maior que 199mg/dl. O intervalo entre esses valores consideramos pré-diabetes.

tabela de referencia para diagnóstico de diabetes - DIRETRIZ DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES

Fonte: DIRETRIZ DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES

Tem como prevenir o desenvolvimento do diabetes?

Tem como reduzir o risco de desenvolver diabetes sim! Um estudo (Diabetes Prevention Program) com pessoas com pré diabetes mostrou que com alimentação saudável, atividade física e perda de peso o risco de virar diabético reduziu em 58%, uma porcentagem maior do que quem apenas utilizou met for mi na (uma medicação para diabetes e pré-diabetes).

Quais são as metas de BOM CONTROLE do diabetes?

  • Antes das refeições (café, almoço e jantar) nosso objetivo é que a glicemia esteja até 130mg/dl e 2 horas após as refeições uma glicemia até 180mg/dl.
  • Nunca menor que 70mg/dl (que chamamos de HIPOGLICEMIA)
  • Idealmente queremos que fique entre 70-180 em mais de 70% do tempo!
  • A hemoglobina glicada (HbA1c) é um exame que nos mostra os últimos 3 meses do diabetes. Nosso objetivo para população geral é que esteja menor que 7%, os estudos mostram que acima deste valor começa a aumentar muito os riscos das complicações do diabetes.
  • Algumas populações como idosos e crianças podem ter esses alvos ajustados.

O que fazer na HIPOGLICEMIA (glicemia menor que 70mg/dl)?

É importante saber identificar os sintomas de hipoglicemia: tremor, suor frio, confusão, fome intensa, palpitações, tontura, sonolência, convulsões ou perda de consciência.

Quando tiver esses sintomas deve-se medir, caso esteja menor que 70 confirmamos a HIPOGLICEMIA e para melhorar devemos fazer o seguinte:

  • Tomar 1 copo de água com 2 colheres de açúcar ou 1 copo de suco doce ou 1 copo de refrigerante normal ou 1 colher de mel ou 3 balas doces (essa forma é a que melhora mais rápido! Comidas como leite, bolo, chocolate demoram mais para serem digeridos e absorvidos, assim demora mais para recuperação).
  • Medir depois de 15 minutos novamente, se ainda estiver menor 70mg/dl repita o processo! Se já estiver maior que 70 pode fazer a refeição mais próxima ou um lanche reforçado!
  • Tenha sempre na bolsa algumas balas para ter como resolver a hipoglicemia em caso de estar fora de casa. Mesmo que não tenha como medir a hipoglicemia, se surgir os sintomas de hipoglicemia faça as orientações para correção.
  • Passar as orientações para quem convive com quem tem diabetes (família e amigos)! É importante ter ajuda nesses momentos.
  • Caso a pessoa com hipoglicemia não esteja bem acordado as pessoas devem ligar para SAMU 192 que irá fazer glicose na veia (não tentar colocar nada na boca de quem está inconsciente! Pode levar a engasgos).
  • Uma das principais formas de evitar a hipoglicemia é seguir as orientações médicas, não pular refeições caso esteja em uso de in su li na, não fazer ajustes de doses de in su li na sem conhecimento do seu médico.

Complicações do diabetes

Retinopatia diabética:

É uma complicação do diabetes na retina (uma camada do olho), podendo inicialmente não gerar sintomas perceptíveis mas pode evoluir com redução da acuidade visual e até cegueira. Por isso existe indicação de realizar anualmente uma avaliação de fundo de olho com oftalmologista. Alguns casos estão indicados tratamento para evitar piora clínica.

Nefropatia diabética:

Avaliamos rotineiramente a função renal e eliminação de proteínas na urina (que indica acometimento do diabetes nos rins). O controle glicêmico e pressórico é a melhor forma de preservar a função do rim. Alguns casos evoluem com necessidade de diálise. Sabemos que medicações como e na la pril/lo sar ta na (e demais dessas classes) além das gli fo zi nas (da pa gli flo zi na/em pa gli flo zi na/ca na gli flo zi na) tem papel na proteção renal.

Doença cardiovascular (AVC, infarto, doença arterial periférica):

Quem tem diabetes têm risco aumentado de desenvolver essas doenças. Na consulta podemos calcular o risco cardiovascular e estabelecer metas individualizadas para controle de pressão e colesterol, além do bom controle do diabetes.

Neuropatia diabética:

É quando o diabetes está afetando o sistema nervoso. Pode ocasionar dores nas pernas, formigamento, sensação de queimação, perda de sensibilidade protetora dos pés que predispõem ao surgimento de feridas (chamamos de pé diabético). O controle dos sintomas com medicação não é muito bom, o melhor é prevenir o surgimento dessa complicação através de um bom controle do diabetes.

O diabetes é uma doença crônica, com várias opções de tratamento, com metas estabelecidas para menor risco do desenvolvimento de complicações e que precisa de seguimento rotineiro para toda vida. É normal ao longo do tratamento "se cansar" da doença, acontece com quase todos, não é fácil mesmo estar sempre alerta quanto a horário de medicações e a alimentação. Quando isso acontecer procure um endocrinologista que te acolha!

Referência: Diretriz brasileira de diabetes 2021-2022



Melhor endocrinologista ribeirao preto
Texto escrito por:
Dra. Luciana Oharomari
CRM-SP: 192282 / CRM-MG 93060
RQE CLÍNICA MÉDICA: 91876
RQE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA: 102761

Curriculo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7066045371307292

Graduada em Medicina, pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo – Ribeirão Preto, com Título de Especialista em Endocrinologia e Metabologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

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